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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

EU QUERIA CHORAR... VOO DE AVE...RAMO DE FLORES...MAS VIVER...

Eu queria chorar pelos que não choram.
Eu queria chorar pelos olhos secos,
Pelos olhos que são fontes

Onde as mágoas se purificam e se libertam.

Eu queria chorar pelos corações feridos

E que sangram obscura e silenciosamente.

Eu queria chorar pelas almas mártires
Que estão invisivelmente entre nós.

Eu queria chorar pelos indiferentes

E pelos que escondem num sorriso

As decepções de uma incompreendida bondade.

Eu queria chorar pelas almas fechadas,

Pelas almas que são como os desertos

E que não conhecem a libertação das lágrimas!

Augusto Frederico Schmidt



Ah, quanta vez, na hora suave

Em que me esqueço,
Vejo passar um voo de ave
E me entristeço!

Porque é ligeiro, leve, certo
No ar de amavios?
Porque vai sob o céu aberto
Sem um desvio?

Porque ter asas simboliza
A liberdade
Que a vida nega e a alma precisa?
Sei que me invade
Um horror de me ter que cobre
Como uma cheia
Meu coração, e entorna sobre
Minh ’alma alheia

Um desejo, não de ser ave,
Mas de poder
Ter não sei quê do voo suave
Dentro do meu ser.
[Fernando Pessoa, In: 'Cancioneiro', Obra Poética, p.138]

Ponho um ramo de flores
na lembrança perfeita dos teus braços;
cheiro depois às flores
e converso contigo
sobre a nuvem que pesa no teu rosto;
dizes sinceramente
que é um desgosto.

Depois,
não sei por que nem porque não,
essa recordação desfaz-se em fumo;
muito ao de leve foge a tua mão,
e a melodia já mudou de rumo.

Coisa esquisita é esta da lembrança!
Na maior noite,
na maior solidão,
vem a tua presença verdadeira,
e eu vejo no teu rosto o teu desgosto,
e um ramo de flores, que não existe, cheira!
Miguel Torga



Antes que a angústia desça é preciso partir
Não importa para onde, não importa para longe de quem
Ó como o mesmo céu sufoca e a mesma ventura mata!

Abandonar o corpo gasto de sol e a alma gasta de sono
Raspar os velhos sapatos na branca soleira da casa do tédio
E surgir como um animal morno de silencioso passo.

Nada a conhecer ...Sim, são verdes as montanhas
E quanta vaga expiação deixam os livros no pensamento
E acima de tudo existe Deus serenamente inacessível.

Mas viver, ah, viver é doloroso, é incompreensível
Não se sabe quando! ...não se sabe nunca... E quando se sabe
É para receber o golpe mortal da tragédia no mais fundo.
Vinícius de Moraes

A HISTÓRIA REAL DO CACHORRO BRANQUINHO

A história real de Branquinho, um cachorro que ensinou...
O texto é longo, mas vale a pena.
João é um dos seis empregados de nosso condomínio. Certo dia quando ele vinha para o trabalho percebeu que um cão seguia a seu lado. Julgou tratar-se apenas de uma coincidência e, portanto logo o cão tomaria outro caminho. Fazendo seu trajeto habitual João dobrou a esquina da Rua Santa Cecília, entrou por ela, virou à direita na Prefeitura e reparou que a “coincidência” permanecia ao seu lado.
Chegando ao condomínio João abriu o portão que dá acesso a uma pracinha interna, e nisto, mais rápido que o vento nordeste que soprava, o tal cão, sem ser convidado, penetrou no ambiente de nossa comunidade. Já era excesso de coincidência, a coisa estava mais para intencional.
Seguindo a sua rotina diária, João se dirigiu ao vestiário dos vigias, trocou de roupa, assinou o ponto e foi se encontrar com seu colega de turno, o Manuel. O cão, mesmo sem carteira assinada, sem se apresentar ao síndico, continuou seguindo João e, portanto cumprindo também seu horário de trabalho.
As 99 casas de nosso condomínio se espalham por três ruas, no espaço de um quarteirão, e são cobertas pelos seis vigias em turnos de 8 horas, com dois em cada turno. Naquele dia, no horário das 15 às 23 horas havia três vigias: João, Manuel e a “coincidência”. A amiga e vizinha Marly, sempre atenta a tudo que se passa, especialmente na rua do meio, a privativa, percebeu a cena e perguntou: --“E aí João, temos empregado novo?” Ato contínuo, sabendo que o cão ainda não tinha um nome, Marly tratou de batizá-lo: --”Pois daqui pra frente tu te chamarás “Branquinho”“.
O dia estivera lindo e a noite era premiada com a prata do luar. Um cenário apropriado talvez para a chegada de um “anjo”, sem asas é verdade, mas com uma cauda e ao invés de cânticos, latidos. Encerrado o turno de João, o cão seguiu com ele até sua casa. Branquinho já não era desempregado e nem “sem teto”, conseguira também um lar.
A rotina daquele dia voltara a se repetir nas semanas seguintes. Branquinho viera para ficar. Todos os moradores passaram a conhecer aquele simpático vira-lata que daí em diante gozou de uma mordomia sem limites. Ora alguém lhe oferecia o almoço, ora o jantar, às vezes um lanche fora de hora e Branquinho já exibia um flagrante excesso de peso. Mantinha sempre seu ar meio bonachão numa cara bonita e olhar de pidão.
Não negando a raça ele não suportava ver um gato transitando em sua área e aqui havia vários. Um dia assistimos a ele perseguir um gatão malhado que, mais ágil e mais leve, saltou um portão baixo para se refugiar na garagem de uma das casas. Branquinho mostrou não haver perdido a forma e venceu o obstáculo também. O gato subiu quase voando uma escadinha em caracol que levava ao segundo piso. Nosso herói, meio desengonçado, pois era um pouco mais largo que a escada, chegou em segundo lugar mas alcançou o piso mais alto.
O assustado felino fez peripécias, galgou o muro e o topo da casa pelo telhado. Após alguns minutos de silêncio surgiu meio que escorregando pelo telhado, todo atrapalhado, o amigo Branquinho. O gato praticara salto triplo e já pulara para mais três telhados adiante. Com um olhar assustado nosso herói, se pudesse falar, estaria gritando por socorro. João percebera tudo e já se apresentava como um bombeiro improvisado, segurando uma enorme escada, para retirar nosso desengonçado herói daquela situação humilhante.
A partir daquela noite, Branquinho surpreendeu com uma decisão inesperada: ao término do turno de João ele não se foi, preferiu permanecer no condomínio. Passamos a tê-lo em tempo integral. Ele dormia ora na minha porta, ora na de Marly, ora na de Celma, porém mesmo tarde da noite, a qualquer ruído estranho ou vulto que não reconhecesse Branquinho dava um alarme. Como não tinha apito, que nem os vigias da noite, latia mesmo. Tínhamos um “anjo-da-guarda” 24 horas por dia, que não nos cobrava férias, nem horas extras, nem fazia greve.
Em alguns fins-de-semana ele sumia, tirava “folgas” por conta própria, e no retorno de uma dessas escapadas percebemos que ele estava todo arranhado no rosto e na barriga. O olhar cansado também transmitia tristeza e dor. Teria ele se envolvido em briga com gangues de gatos?
Acabaram por nos chegar informações posteriormente de que Branquinho era um D. Juan canino, pois fora visto em altas transas noturnas por outras ruas próximas, em algumas delas, defrontando-se com ferozes e adestrados cachorros tipo dobermanns, pitbull etc., em defesa da cadela amada.
Era uma segunda-feira ensolarada quando a amiga Marly o chamou e pediu que lhe desse as patas dianteiras. Branquinho, que também era um “cavalheiro”, aquiesceu e logo começaram suas primeiras aulas de dança. Ao som de um bonito samba-canção (Marly tem um bom gosto musical) lá estava o nosso vigia-extra a mostrar mais uma de suas habilidades.
Tínhamos então um cão, um vigia, um conquistador e um dançarino, que a partir daquele dia, ao ver minha mulher, ou Celma, ou Marly logo levantava as patinhas dianteiras e as convidava a dançar. Curioso que ele nunca tomava essa atitude comigo ou qualquer outro morador que fosse homem. Bolas, não vou chegar ao extremo de dizer, como certo ex-ministro, que “cachorro também é gente”, claro que não, mas Branquinho às vezes mostrava uma certa sensibilidade e perspicácia quase racionais.
Dizem que “não há bem que sempre dure…” infelizmente isto se confirmou o dia em que nosso “anjo-da-guarda” canino apareceu novamente todo arranhado e com o olho direito bem machucado. Levado a uma clínica veterinária, duas más notícias foram anunciadas: Branquinho ficara cego da vista direita e era portador de uma doença, das classificadas como incurável. Ao seu retorno já não era o mesmo, nossos carinho e desvelo aumentaram procurando compensar seu sofrimento.
Mas, como “não há duas sem três”, expressão muito usada por um radialista português, certo dia Branquinho foi atropelado perto do condomínio. O destino estava sendo muito cruel com um cão verdadeiramente amigo pra cachorro.
Algum tempo depois, já recuperado deste último trauma, mas carregando a doença que lhe extraía a vida aos poucos, Branquinho chegou ao condomínio em companhia de uma linda, simpática e malhada cadelinha. Antes que a apresentasse aos moradores já Bárbara, uma menina de 13 anos, a batizou de “Filé”, isto porque ela, a menina, nunca dispensava um bom e suculento bife. Lógica? Claro que nenhuma, mas o nome “pegou” e ficou.
Durante algum tempo os dois passaram a patrulhar juntos nossas ruas sem que jamais tivéssemos descoberto se eram apenas bons amigos ou … não importa. O que vem ao caso é que umas três semanas depois percebemos a ausência de Branquinho. “Poderia ser mais alguma de suas conhecidas ‘escapadas”, mas não, ele realmente se fora nas caladas de uma noite sem luar. As semanas passaram e conosco ficara apenas a lembrança do bom amigo, tanto em nossas mentes quanto na presença física de Filé.
Claro que Branquinho, sentindo aproximar-se o seu fim, pode ter preferido morrer longe de nossos olhos. Seria um tremendo absurdo eu aceitar que ele tomara aquela decisão “conscientemente”, mas, por outro lado, o que é mais absurdo, um cão, com seu instinto, na “tendência ingênita dos animais” ter-nos dado mais uma lição de racionabilidade ou tantos seres, ditos racionais, provocarem guerras por interesses políticos, por motivos religiosos ou por simples anseios de dominação, do exercício de um poder absoluto, ou mesmo não se sensibilizarem com a indigência de centenas de milhões de outros seres humanos, hoje já totalizando um sexto da população mundial, que sobrevivem à míngua do que o resto da humanidade atira ao lixo?
(Branquinho realmente existiu, a história é verídica, os personagens citados também e Filé ainda permanece em nossa comunidade)

Crônica de Francisco Simões


"Vês estas mãos?

                                                                Imagem: Diego Rivera


"Vês estas mãos?
Mediram a terra, separaram os minerais e os cereais,
fizeram a paz e a guerra, derrubaram as distâncias
de todos os mares e rios,
e, no entanto, quando te percorrem a ti,
pequena, grão de trigo, andorinha,
não chegam para abarcar-te,
esforçadas alcançam as palomas gêmeas
que repousam ou voam no teu peito,
percorrem as distâncias de tuas pernas,
enrolam-se na luz de tua cintura.
Para mim és tesouro mais intenso de imensidão
que o mar e seus racimos
e és branca, és azul e extensa como a terra na vindima.
Nesse território, de teus pés à tua fronte,
andando, andando, andando, eu passarei a vida."
Pablo Neruda

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

UM SER HUMANO AGINDO COM HUMANIDADE...


O que era para ser unicamente uma atitude pessoal ganhou o mundo graças a uma turista do Arizona que registrou com a câmera de seu celular e postou no Facebook a imagem de um ser humano agindo com humanidade.
Estranho mundo esse nosso...
O que deveria ser corriqueiro casou espanto e admiração...
Foram mais de 400.000 compartilhamentos.
Tudo começou quando o Larry DePrimo um policial de Nova York de 25 anos fazia sua ronda normal pela 7º Avenida na altura da Rua 44...
DePrimo, observou sentado numa calçada um morador de rua que tremia de frio...
Sem ter com que se cobrir e descalço o homem tentava se aquecer mantendo-se encolhido e silencioso.
Diante da cena, o jovem policial se aproximou olhou, deu meia volta, entrou uma loja e com o dinheiro que carregava em seu bolso, comprou um par de meias térmicas e uma bota de inverno – gastou 75 dólares.
De volta à presença do morador de rua, DePrimo, lhe entregou as meias e as botas.
O homem, segundo DePrimo, deu um sorriso de orelha a orelha e lhe disse:
“Eu nunca tive um par de sapatos em toda a minha vida”.
No entanto, o gesto não se conclui na entrega do presente...
Percebendo que o morador de rua tinha dificuldade em se mover, o policial se agachou, colocou as meias, as botas, amarrou os cadarços e pergunto: ficou bom?
A resposta foram dois olhos felizes, lagrimejados e um novo sorriso.
Ao se despedir, DePrimo perguntou se o homem queria um copo de café e algo para comer...
“Ele me olhou e cortesmente declinou a oferta. Disse que eu já havia feito muito por ele”.
Aqui deveria ser o fim da cena.
O pano cairia e todos iriam para casa...
Mas não foi.
Jennifer Foster, autora da foto, foi para casa abriu seu computador e postou em sua página a foto e escreveu o seguinte texto, dirigido ao Departamento de Policia de Nova York.
“Hoje, me deparei com a seguinte situação. Caminhava pela cidade e vi um homem sentado na rua com frio, sem cobertor e descalço. Aproximei-me e justamente quando ia falar com ele, surgiu por trás de mim um policial de seu departamento. O policial disse: ‘tenho umas botas tamanho 12 para você e umas meias. As botas servem para todo tipo de clima. Vamos colocar’?”
“Afastei-me e fiquei observando. O policial se abaixou, calçou as meias no homem, as botas e amarrou seus cadarços. Falou alguma coisa a mais que não entendi, levantou e falou, cuide-se”.
“Ele foi discreto, não fez aquilo para chamar a atenção, não esperou reconhecimento, apenas fez”.
“Se foi sem perceber que eu o olhava e que havia fotografado a cena. Pena, me faltou coragem para me aproximar, lhe estender a mão e dizer obrigado por me fazer crer que a policia que sonho é possível”.
“Bem, digam a ele isso por mim”.

Jennifer Foster.

Em poucas horas, o texto e a foto de Jennifer pipocaram por todo o território americano e por boa parte do mundo.
Larry DePrimo, soube por um colega que lhe telefonou para contar...
Quando voltou ao trabalho e se preparava para sair às ruas foi chamado por seus superiores, ouviu um elogio, recebeu abraços de seus companheiros e quando seu chefe lhe disse que o departamento iria lhe ressarcir o dinheiro gasto de seu próprio bolso, Larry recusou e disse: “Não senhor, obrigado. Com meu dinheiro, faço coisas nas quais acredito”.

Fonte: Elmundo.es/Nueva York e Newsday.

Valorize quem realmente te ama ...

                                                                         Imagem Google
Naquela noite, enquanto minha esposa servia o jantar, eu segurei sua mão e disse: "Tenho algo importante para te dizer". Ela se sentou e jantou sem dizer uma palavra. Pude ver sofrimento em seus olhos.
De repente, eu também fiquei sem palavras. No entanto, eu tinha que dizer a ela o que estava pensando. Eu queria o divórcio. E abordei o assunto calmamente.
Ela não parecia irritada pelas minhas palavras e simplesmente perguntou em voz baixa: "Por quê?" Eu evitei respondê-la, o que a deixou muito brava. Ela jogou os talheres longes e gritou "você não é homem!" Naquela noite, nós não conversamos mais. Pude ouvi-la chorando. Eu sabia que ela queria um motivo para o fim do nosso casamento. Mas eu não tinha uma resposta satisfatória para esta pergunta. O meu coração não pertencia a ela mais e sim a Jane. Eu simplesmente não a amava mais, sentia pena dela.
Sentindo-me muito culpado, rascunhei um acordo de divórcio, deixando para ela a casa, nosso carro e 30% das ações da minha empresa.
Ela tomou o papel da minha mão e o rasgou violentamente. A mulher com quem vivi pelos últimos 10 anos se tornou uma estranha para mim. Eu fiquei com dó deste desperdício de tempo e energia, mas eu não voltaria atrás do que disse, pois amava a Jane profundamente. Finalmente ela começou a chorar alto na minha frente, o que já era esperado. Eu me senti libertado enquanto ela chorava. A minha obsessão por divórcio nas últimas semanas finalmente se materializava e o fim estava mais perto agora.
No dia seguinte, eu cheguei em casa tarde e a encontrei sentada na mesa escrevendo. Eu não jantei, fui direto para a cama e dormi imediatamente, pois estava cansado depois de ter passado o dia com a Jane.
Quando acordei no meio da noite, ela ainda estava sentada à mesa, escrevendo. Eu a ignorei e volteia dormir.
Na manhã seguinte, ela me apresentou suas condições: ela não queria nada meu, mas pedia um mês de prazo para conceder o divórcio. Ela pediu que durante os próximos 30 dias a gente tentasse viver juntos de forma mais natural possível. As suas razões eram simples: o nosso filho faria seus exames no próximo mês e precisava de um ambiente propício para preparar-se bem, sem os problemas de ter que lidar com o rompimento de seus pais.
Isso me pareceu razoável, mas ela acrescentou algo mais. Ela me lembrou do momento em que eu a carreguei para dentro da nossa casa no dia em que nos casamos e me pediu que durante os próximos 30 dias eu a carregasse para fora da casa todas as manhãs. Eu então percebi que ela estava completamente louca, mas aceitei sua proposta para não tornar meus próximos dias ainda mais intoleráveis.
Eu contei para a Jane sobre o pedido da minha esposa e ela riu muito e achou a ideia totalmente absurda. "Ela pensa que impondo condições assim vai mudar alguma coisa; melhor ela encarar a situação e aceitar o divórcio", disse Jane em tom de gozação.
Minha esposa e eu não tínhamos nenhum contato físico havia muito tempo, então quando eu a carreguei para fora da casa no primeiro dia, foi totalmente estranho. Nosso filho nos aplaudiu dizendo "O papai está carregando a mamãe no colo!" Suas palavras me causaram constrangimento. Do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa, eu devo ter caminhado uns 10 metros carregando minha esposa no colo. Ela fechou os olhos e disse baixinho "Não conte para o nosso filho sobre o divórcio" Eu balancei a cabeça mesmo discordando e então a coloquei no chão assim que atravessamos a porta de entrada da casa. Ela foi pegar o ônibus para o trabalho e eu dirigi para o escritório.
No segundo dia, foi mais fácil para nós dois. Ela se apoiou no meu peito,eu senti o cheiro do perfume que ela usava. Eu então percebi que há muito tempo não prestava atenção a essa mulher. Ela certamente tinha
envelhecido nestes últimos 10 anos, havia rugas no seu rosto, seu cabelo estava ficando fino e grisalho. O nosso casamento teve muito impacto nela.
Por uns segundos, cheguei a pensar no que havia feito para ela estar neste estado.
No quarto dia, quando eu a levantei, senti uma certa intimidade maior como corpo dela. Esta mulher havia dedicado 10 anos da vida dela a mim.
No quinto dia, a mesma coisa. Eu não disse nada a Jane, mas ficava a cada dia mais fácil carregá-la do nosso quarto à porta da casa. Talvez meus músculos estejam mais firmes com o exercício, pensei.
Certa manhã, ela estava tentando escolher um vestido. Ela experimentou uma série deles, mas não conseguia achar um que servisse. Com um suspiro, ela disse "Todos os meus vestidos estão grandes para mim". Eu então percebi que ela realmente havia emagrecido bastante, daí a facilidade em carregá-la nos últimos dias.
A realidade caiu sobre mim com uma ponta de remorso... Ela carrega tanta dor e tristeza em seu coração... Instintivamente, eu estiquei o braço e toquei seus cabelos.
Nosso filho entrou no quarto neste momento e disse "Pai, está na hora de você carregar a mamãe". Para ele, ver seu pai carregando sua mão todas as manhãs tornou-se parte da rotina da casa. Minha esposa abraçou nosso filho e o segurou em seus braços por alguns longos segundos. Eu tive que sair de perto, temendo mudar de ideia agora que estava tão perto do meu objetivo.
Em seguida, eu a carreguei em meus braços, do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa. Sua mão repousava em meu pescoço. Eu a segurei firme contra o meu corpo. Lembrei-me do dia do nosso casamento.
Mas o seu corpo tão magro me deixou triste. No último dia, quando eu a segurei em meus braços, por algum motivo não conseguia mover minhas pernas. Nosso filho já tinha ido para a escola e eu me vi pronunciando estas palavras: "Eu não percebi o quanto perdemos a nossa intimidade com o tempo".
Eu não consegui dirigir para o trabalho... Fui até o meu novo futuro endereço, saí do carro apressadamente, com medo de mudar de ideia... Subi as escadas e bati na porta do quarto. A Jane abriu a porta e eu disse a ela "Desculpe Jane. Eu não quero mais me divorciar".
Ela olhou para mim sem acreditar e tocou na minha testa "Você está com febre?" Eu tirei sua mão da minha testa e repeti “Desculpe Jane”. Eu não vou me divorciar. Meu casamento ficou chato porque nós não soubemos valorizar os pequenos detalhes da nossa vida e não por falta de amor. Agora eu percebi que desde o dia em que carreguei minha esposa no dia do nosso casamento para nossa casa, eu devo segurá-la até que a morte nos separe.
A Jane então percebeu que era sério. Me deu um tapa no rosto, bateu a porta na minha cara e pude ouvi-la chorando compulsivamente. Eu voltei para o carro e fui trabalhar.
Na loja de flores, no caminho de volta para casa, eu comprei um buquê de rosas para minha esposa. A atendente me perguntou o que eu gostaria de escrever no cartão. Eu sorri e escrevi: "Eu te carregarei em meus braços todas as manhãs até que a morte nos separe".
Naquela noite, quando cheguei em casa, com um buquê de flores na mão e um grande sorriso no rosto, fui direto para o nosso quarto onde encontrei minha esposa deitada na cama, morta.
Minha esposa estava com câncer e vinha se tratando a vários meses, mas eu estava muito ocupado com a Jane para perceber que havia algo errado com ela. Ela sabia que morreria em breve e quis poupar nosso filho dos efeitos de um divórcio - e prolongou a nossa vida juntos proporcionando ao nosso filho a imagem de nós dois juntos toda manhã. Pelo menos aos olhos do meu filho, eu sou um marido carinhoso.
Os pequenos detalhes de nossa vida são o que realmente contam num relacionamento. Não é a mansão, o carro, as propriedades, o dinheiro no banco. Estes bens criam um ambiente propício a felicidade mas não proporcionam mais do que conforto. Portanto, encontre tempo para ser amigo de sua esposa, faça pequenas coisas um para o outro para mantê-los próximos e íntimos. Tenham um casamento real e feliz!

Se você não dividir isso com alguém, nada vai te acontecer.

Mas se escolher compartilhar para alguém, talvez salve um casamento. Muitos fracassados na vida são pessoas que não perceberam que estavam tão perto do sucesso e preferiram desistir...

(Rubens Lima)

Valorize quem realmente te ama ... Pense nisso... !!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

TUDO O QUE CHEGA, CHEGA SEMPRE POR ALGUMA RAZÃO






"Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que se tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa, nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..
E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão"
"Momento Ideal"... Paralisa a vida, impede que o presente surja do futuro desejado, mantendo-nos no passado sem a esperança da Amada Felicidade...
Fernando Pessoa

ATRAVÉS DO CAMINHO


Impossível atravessar a vida
Sem que um trabalho saia mal feito,

Sem que uma amizade cause decepção,
Sem padecer com alguma doença,
Sem que um amor nos abandone,
Sem que ninguém da família morra,
Sem que a gente se engane em um negócio.
Esse é o custo de viver.
O importante não é o que acontece,
mas, como você reage.
Você cresce...

Quando não perde a esperança,

nem diminui a vontade, nem perde a fé.
Quando aceita a realidade e tem orgulho de vivê-la.
Quando aceita seu destino, mas tem garra para mudá-lo.
Quando aceita o que deixa para trás,
construindo o que tem pela frente e
planejando o que está por vir.
Cresce quando supera, se valoriza e sabe dar frutos.

Cresce quando abre caminho,

assimila experiências... E semeia raízes…
Cresce quando se impõe metas,
Sem se importar com comentários,
nem julgamentos quando dá exemplos,
sem se importar com o desdém,
quando você cumpre com seu trabalho.
Cresce quando é forte de caráter,
sustentado por sua formação,
sensível por temperamento...
E humano por nascimento! 

Cresce quando enfrenta o inverno
Mesmo que perca as folhas,
Colhe flores mesmo que tenham espinhos
e marca o caminho mesmo que se levante o pó.

Cresce quando é capaz de lidar com
resíduos de ilusões, é capaz
de perfumar-se com flores...
E se elevar por amor!
Cresce ajudando a seus semelhantes,
conhecendo a si mesmo e
Dando à vida, mais do que recebe.
E assim se cresce...
(Susana Carizza )

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O SOFRIMENTO É OPCIONAL




Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.
Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar , para namorar. Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!!! A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.

Carlos Drummond de Andrade

TODO DIA...


"Todo dia, ao levantar da cama, eu procuro me lembrar: dá pra escolher. Não temos controle sobre tudo, mas dá pra escolher entre ter amigos ou viver recluso, dá pra escolher entre privilegiar um amor ou ter vários casos superficiais, dá pra escolher entre levar a vida com bom-humor ou levar a vida na ponta da faca. Se a escolha será acertada, aí já é outro assunto, o futuro vai dizer."
                                                                      Martha Medeiros

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

RECOMENDO... UM NOVO VENCEDOR COM DAMARES

Está surgindo ai um novo vencedor,
Ele é alguém do Coração de Deus,
Um novo nome ouvirá sobre essa terra,
Quem sabe, este nome seja o seu...
Esse alguém que o Senhor vai levantar,
Talvez, seja o menor que está aqui,
De repente, ele seja o último a sentar à mesa como fez Davi...
E esse novo vencedor que vai surgir,
Tem no peito um coração cheio de amor,
Capaz de perdoar quem lhe feriu,
E de amar alguém que só lhe desprezou...
Ele é exatamente igual você,
O seu perfil é de alguém que já sofreu,
Deus está anunciando um novo nome,
Tem grande chance de esse nome ser o seu!
Você se sente tão pequeno,
Em um vale escuro e frio,
Seu gemido dói a alma... Traz à pele um arrepio...
Você se sente tão pequeno,
Nessa terra de gigante,
Onde o doce fica amargo... Porque a dor é incessante!
Aonde o grande pisa no pequeno,
Sem olhar se está ferindo ou se está matando...
Aonde a escada do sucesso é tão alta
Que os degraus se sobem escalando...
Mas, é nessa terra de gigante, dentro desse vale escuro,
Que Deus vai fazer você brilhar,
Você pode se sentir tão pequeno,
Mas, teu Deus é grande pra te levantar...
Deus vai bradar, anunciar em alta voz pra o universo ouvir,
Eis que um novo vencedor está chegando ai,
E vai impactar o mundo com a sua história...
Ele surgiu do anonimato dentro de um vale escuro e frio,
Venceu na terra de gigantes, grandes desafios,
Foi provado e aprovado, agora é só vitória...
Agora é só vitória...
Agora é só vitória...
Agora é só vitória...
Só vitória...
A prova acabou,
A luta foi embora,
Agora é só vitória...
Só vitória... 

domingo, 17 de fevereiro de 2013

NÃO SEI QUANTAS ALMAS TENHO...

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudou.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu?” 
Deus sabe, porque o escreveu.
Fernando Pessoa

Nem tudo é fácil...


É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou peça desculpas...
É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o...
É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga...
É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar
alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça...
É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o...
É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida... Mas, com certeza, nada é impossível
Precisamos acreditar ter fé e lutar
para que não apenas sonhemos, Mas também tornemos todos esses desejos, realidade!!!

SÊ...


Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina,
Sê um arbusto no vale mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.
Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas.

"DESISTIR, NUNCA"


AOS QUE VIEREM DEPOIS DE NÓS


Realmente, vivemos muito sombrios!
A inocência é loucura. Uma fronte sem rugas
denota insensibilidade. Aquele que ri
ainda não recebeu a terrível notícia
que está para chegar.
Que tempos são estes, em que
é quase um delito falar de coisas inocentes.
Pois implica silenciar tantos horrores!
Esse que cruza tranquilamente a rua
não poderá jamais ser encontrado
pelos amigos que precisam de ajuda?
É certo: ganho o meu pão ainda,
Mas acreditai-me: é pura casualidade.
Nada do que faço justifica que eu possa comer até fartar-me.
Por enquanto as coisas me correm bem
(se a sorte me abandonar estou perdido).
E dizem-me: "Bebe, come! Alegra-te, pois tens o quê!"
Mas como posso comer e beber,
se ao faminto arrebato o que como,
se o copo de água falta ao sedento?
E, todavia continuo comendo e bebendo.
Também gostaria de ser um sábio.
Os livros antigos nos falam da sabedoria:
é quedar-se afastado das lutas do mundo
e, sem temores, deixar correr o breve tempo.
Mas evitar a violência, retribuir o mal com o bem,
não satisfazer os desejos, antes esquecê-los
é o que chamam sabedoria.
E eu não posso fazê-lo. Realmente, vivemos tempos sombrios.
Para as cidades vim em tempos de desordem,
quando reinava a fome.
Misturei-me aos homens em tempos turbulentos
e indignei-me com eles.
Assim passou o tempo que me foi concedido na terra.
Comi o meu pão em meio às batalhas.
Deitei-me para dormir entre os assassinos.
Do amor me ocupei descuidadamente
e não tive paciência com a Natureza.
Assim passou o tempo que me foi concedido na terra.
No meu tempo as ruas conduziam aos atoleiros.
A palavra traiu-me ante o verdugo.
Era muito pouco o que eu podia. Mas os governantes
Se sentiam, sem mim, mais seguros, — espero.
Assim passou o tempo que me foi concedido na terra.
As forças eram escassas. E a meta achava-se muito distante.
Pude divisá-la claramente,
ainda quando parecia, para mim, inatingível.
Assim passou o tempo que me foi concedido na terra.
Vós, que surgireis da maré
em que perecemos, lembrais-vos também,
quando falardes das nossas fraquezas,
lembre-vos dos tempos sombrios
de que pudestes escapar. Íamos, com efeito,
mudando mais frequentemente de país
do que de sapatos, através das lutas de classes,
desesperados, quando havia só injustiça e nenhuma indignação.
E, contudo, sabemos que também o ódio contra a baixeza
endurece a voz. Ah, os que quisemos preparar terreno para a bondade
não pudemos ser bons.
Vós, porém, quando chegar o momento
em que o homem seja bom para o homem,
lembrai-vos de nós com indulgência.
Bertolt Brecht
(Tradução de Manuel Bandeira)

O Que Você pode fazer para Mudar o Mundo?


Comece mudando a si mesmo. Ninguém muda o mundo se não consegue mudar a si mesmo... Cuide da Saúde do Planeta. Não desperdice água, não jogue lixo no lugar errado, não maltrate os animais ou desmate as árvores. Por mais que você não queira, se nascemos no mesmo planeta, compartilhamos com ele os mesmos efeitos e consequências de sua exploração... Seja responsável: não culpe os outros pelos seus problemas, não seja oportunista, não seja vingativo. Quem tem um pouquinho de bom senso percebe que podemos viver em harmonia, respeitando direitos e deveres... Acredite em um mundo melhor. Coragem, Honestidade, Sinceridade, Fé, Esperança são virtudes gratuitas que dependem de seu esforço e comprometimento com sua Honra e Caráter. Não espere recompensas por estas virtudes, tenha-as por consciência de seu papel neste processo... Tenha Humildade, faça o Bem, trabalhe. Não tenha medo de errar, com humildade se aprende, fazer o bem atrairá o bem para você mesmo e trabalhando valorizarás o suor de teu esforço para alcançar seus objetivos... Busque a Verdade, a Perfeição, uma posição realista frente aos obstáculos, uma atitude positiva diante da vida... Defenda, participe, integre-se à luta pacífica pela Justiça, Paz e Amor. Um mundo justo é pacífico, e onde há paz pode-se estar preparado para viver um grande Amor...
RODRIGO BENTES DINIZ